O cenário do delivery mudou. Rápido demais para alguns, nem tanto para outros. Se antes era só entregar comida, agora é sobre cuidar de gente, criar conexão e segurar uma equipe motivada. E, modéstia à parte, reter entregadores é desafiante como nunca. A rotatividade cresce, a pressão aumenta, já as expectativas… bom, essas só sobem.
Mas há esperança. Com práticas certas, transparência e respeito mútuo, é possível tornar o delivery mais saudável para todos. Neste artigo, você vai entender o que leva à instabilidade dessas equipes, descobrir ideias para reverter quadros de insatisfação e praticar ações que valorizam o entregador. Sem milagres, mas com caminhos claros, e reais.
Por que tantos entregadores vão embora?
Antes de buscar uma solução, é preciso dar nome para o problema. A rotatividade dos entregadores no delivery brasileiro cresceu nos últimos anos. Segundo um estudo publicado na SciELO Brasil, na pandemia, 52% dos entregadores relataram trabalhar sete dias por semana, com 60% atuando mais de nove horas por dia. Apesar disso, quase 72% disseram receber até R$ 520,00 semanais. Horas demais, reconhecimento de menos. E, como se não bastasse, a pressão psicológica aumenta ainda mais a insatisfação.
Ser visto importa mais que ser só pago.
Como as condições de trabalho afetam a permanência
Motivação tem limite. Se o ambiente é tóxico, ou não há respaldo, o entregador simplesmente vai embora. Dados do Informe ENSP da Fiocruz mostram a precariedade das relações trabalhistas. Bloqueios aleatórios, cortes sem explicações. Monitoramento intenso, pouco diálogo. E a sensação constante de estar, a qualquer momento, “no fio da navalha”.
Perfil dos entregadores: quem são eles?
Quem forma essa base tão essencial? Uma pesquisa do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp revelou que 87% dos entregadores com ensino superior são homens, 67% se identificam como brancos, e quase 70% vivem na região Sudeste. Ou seja, saber com quem você está lidando facilita a comunicação e cria confiança. Individualidades contam, cada história, cada jornada, cada necessidade.
O desafio do rendimento e da jornada
Parece óbvio, mas precisa ser dito: o dinheiro pesa. Um estudo do Ipea, com base em dados do IBGE, identificou queda nos ganhos dos entregadores enquanto suas jornadas aumentavam. Trabalha-se mais, ganha-se menos. Isso mina o desejo de ficar.
Desafios novos pedem novas soluções
O futuro chegou antes do esperado, e quem resistir às mudanças vai sofrer. O Valor Econômico destaca que a relação entre empresas e entregadores ainda é um desafio, exigindo avanços no diálogo e melhores condições de trabalho.
Erros que fazem entregadores irem embora (às vezes para sempre)
- Promessas não cumpridas
- Pagamentos atrasados ou inconsistentes
- Falta de clareza sobre regras e objetivos
- Ausência de feedback
- Cobranças excessivas quando algo sai errado
- Desvalorização do papel do entregador
O papel do gestor moderno
O gestor não é só quem cobra. Ele (ou ela) se tornou mediador, ouvinte e também referência. Na plataforma Chefia, por exemplo, orientamos líderes a balancearem performance, acolhimento e transparência. O resultado: entregadores sentem que fazem parte de algo maior, não só de uma engrenagem fria.
Bônus: práticas para reter entregadores em 2025
Agora, vamos ao que realmente interessa: o que fazer de diferente? A seguir, confira um roteiro realista, prático e direto. São sugestões testadas e aprimoradas por quem realmente está com a mão na massa no delivery.
Reconhecimento diário e resultados mensuráveis
- Dê reconhecimento rápido: Um simples elogio público por WhatsApp ou grupo interno faz diferença. O entregador precisa ouvir que seu trabalho é visto, e valorizado.
- Métricas transparentes: Compartilhe resultados mensais, índices de avaliação dos clientes e mostre como o trabalho da equipe impacta diretamente no faturamento.
Entrega boa merece feedback na mesma moeda.
Remuneração justa, sem surpresas amargas
- Dê clareza nos pagamentos: quando, quanto e por quê.
- Ofereça benefícios extras, como ajuda de custo para manutenção da moto ou vale-refeição para maratonas longas.
- Crie campanhas de bonificação para quem atinge metas, mas sem complicar as regras.
Flexibilidade e respeito pelo tempo
- Permita que entregadores escolham turnos (dentro do possível).
- Dê intervalos programados. Ninguém é robô.
- Respeite imprevistos e, em casos urgentes, seja compreensivo.
Comunicação aberta, não só cobrança
- Mantenha canais de conversa abertos: WhatsApp, reuniões rápidas, enquetes semanais.
- Acolha sugestões, não apenas críticas ou reclamações.
- Crie uma rotina de feedback: o que foi bem, o que pode melhorar?
Investimento em capacitação
Um entregador bem treinado erra menos, sente-se confiante e encara desafios com mais tranquilidade. Na Chefia, oferecemos trilhas de aprendizado específicas para o setor, com foco em segurança, atendimento ao cliente e até educação financeira. Assim, o entregador percebe que não está sozinho. Tem amparo e chance de crescer.
Quando o entregador aprende, ele fica. E faz muito melhor.
Crie ou fortaleça senso de comunidade
Parece simples, mas não é. Os melhores times de entrega se sentem parte de um grupo. Não só gente que veste a mesma camiseta, mas que se importa com o colega. Promova encontros presenciais ou digitais, incentive rodas de conversa pós-turno. Campanhas de integração, aniversários, conquistas, desafios solidários, funcionam muito bem.
Tecnologia como aliada do gestor
Nem tudo precisa ser manual. A tecnologia, usada do jeito certo, aproxima as pessoas. Automatize pagamentos, centralize informações, ofereça acesso direto a documentos importantes. E use inteligência artificial, como já é feito na Chefia, para medir desempenho, analisar trajetos e sugerir melhorias individualizadas sem invadir privacidade.
- Ferramentas de agendamento automático de jornadas reduzem conflitos de horário
- Planilhas inteligentes ajudam no controle dos pagamentos e bonificações
- Acompanhamento por aplicativos garante que ninguém fique perdido e que os gestores saibam como ajudar em tempo real
Como construir um ambiente de confiança
Palavra puxa palavra. Confiança não nasce do nada. Ela é construída no dia a dia, com atitudes concretas e repetidas. O entregador precisa sentir que pode falar, errar, ser ouvido, e que existe justiça quando algo dá errado. Na Chefia, defendemos que transparência é melhor do que marketing bonito. Demonstrar preocupação não é fraqueza; é um diferencial verdadeiro.
Pequenas ações, grandes resultados
- Resolva conflitos rápido. Não deixe o clima ruim se espalhar.
- Ouça de verdade, nem sempre a resposta está pronta.
- Seja justo nas escalas e tarefas, equilibrando demandas e preferências.
- Dê feedbacks construtivos, sem agressividade. O intuito é ajudar e não punir.
O que não fazer se quiser segurar sua equipe
- Impor regras sem explicação
- Ignorar feedbacks negativos dos entregadores
- Prometer benefícios que não consegue entregar
- Tratar entregadores como descartáveis
Se a relação é só de cobrança, o entregador vai embora assim que aparecer uma chance diferente, mesmo que menor. O segredo está no respeito mútuo, na conversa constante e na busca por condições dignas de trabalho.
Considerações para 2025 e além
Em 2025, os desafios mudam rápido: a crise não diminui o número de entregadores, mas a busca por melhores condições faz com que muitos mudem de equipe constantemente. Para evitar essa dança das cadeiras, invista na relação. Mostre que o desenvolvimento do entregador é parte da estratégia do seu negócio, e não só um discurso bonito.
Ninguém fica onde não se sente valorizado.
Com práticas firmes, comunicação real e tecnologia como suporte, você consegue reter talentos e ainda criar um ambiente muito mais colaborativo. Se tiver dúvidas ou quiser ver na prática como a Chefia entrega soluções para capacitação, automação e fortalecimento das equipes de delivery, nosso ecossistema está pronto para receber você. Conecte-se, tire ideias do papel e crie a melhor equipe de entregadores do seu tempo. O futuro do delivery começa por quem faz as entregas agora.